O mês de dezembro é marcado pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids, comemorado no primeiro dia do mês. A data abre o chamado Dezembro Vermelho, que tem como objetivo alertar as pessoas para o diagnóstico precoce da doença, além da prevenção, da assistência e dos direitos que as pessoas que vivem com o vírus HIV possuem.
Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), estimam que, até o final de 2019, cerca de 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV. Mesmo sendo uma doença que possui tratamento seguro e, em muitos dos casos, os pacientes conseguem levar uma vida com qualidade, a Aids ainda é responsável por muitas mortes. Até o final de 2019, 690 mil pessoas morreram em decorrência da Aids, segundo o UNAIDS. E, desde o início da epidemia, ainda nos anos 1980, até o final do ano passado, o órgão afirma que as doenças relacionadas ao HIV tenham vitimado mais de 32,7 milhões de pessoas.
O Brasil tem registrado queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos. Segundo o Ministério da Saúde, desde 2012 há uma diminuição na taxa de detecção do vírus, que passou de 21,9/100 mil habitantes (2012) para 17,8/100 mil habitantes em 2019, uma redução de 18,7%.
Conforme o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, a taxa de mortalidade por Aids teve queda de 17,1% nos últimos cinco anos no país. Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% estão em tratamento não transmite o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável.
Pacientes HIV+ e o tratamento endodôntico
A Aids é uma doença crônica causada pelo vírus HIV, que danifica o sistema imunológico do indivíduo, interferindo na capacidade do organismo de lutar contra outras infecções que podem acometer o paciente. Por isso, muitas pessoas não morrem de Aids, e sim em decorrência dela.
Contudo, apesar de ainda não existir cura para a Aids, há tratamentos retrovirais capazes de aumentar a expectativa de vida dos soropositivos e, em alguns casos, deixar o vírus inativo dentro do seu organismo.
A pessoa com Aids pode levar uma vida normal e realizar procedimentos odontológicos, por exemplo. No caso de um tratamento endodôntico, a literatura sugere que não há mudanças no prognóstico, ou seja, na taxa de sucesso para pacientes HIV+. O cirurgião-dentista precisa avaliar o caso e as condições sistêmicas de controle deste paciente.
AIDS: conheça as formas de contágio
As formas de transmissão da Aids já são conhecidas pela população. Porém, nunca é demais destacar os principais meios até para evitar o preconceito e o estigma. O contágio do vírus ocorre por meio de fluidos corporais, como sangue, esperma, secreção vaginal, leite materno ou transfusão sanguínea proveniente de um portador de HIV.
Os meios mais comuns de contaminação ainda são: contato íntimo sem preservativo com indivíduo portador do vírus HIV; compartilhamento de agulhas, seringas ou instrumentos perfurantes contaminados com o vírus HIV; e transmissão do vírus da mãe para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação.
Por outro lado, não se pega Aids ao ficar perto de uma pessoa portadora do vírus e ao cumprimentá-la com um abraço ou um beijo; ter relação íntima e masturbação com o uso de preservativo; ao compartilhar pratos, talheres ou copos; contato com outras secreções como suor e lágrimas; e utilizar o mesmo material de higiene como sabonete, toalha ou lençóis.
Vale lembrar que a única maneira de se prevenir contra a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) é praticar sexo seguro, incluindo sexo oral, com o uso de preservativos. Outra dica é reforçar a higiene bucal. Isto ajuda a reduzir riscos de se desenvolver qualquer tipo de ferida ou infecção na boca que pode servir como porta de entrada para vírus e bactérias.